Especialista em deficiências ajuda a ala a abordar tópicos difíceis e resolver desafios únicos

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Quando era estudante universitária e depois missionária de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Rebecca Barlow via a Igreja como um lugar essencial para fortalecer seu testemunho e aprender por meio do Espírito.

Mas, ela viu sua experiência na Igreja mudar quando, como uma jovem mãe, seu segundo filho, Wesley, foi diagnosticado com autismo.

“O significado de ir à igreja mudou”, disse Barlow. “Ficou quase impossível participar. O Wesley ficava agitado, barulhento, agressivo e superestimulado [na igreja].

Barlow e o marido começaram a se revezar aos domingos para que um deles pudesse frequentar as reuniões da Igreja enquanto o outro ficava em casa com Wesley, ou eles iam apenas na reunião sacramental. Ela disse que foram derramadas muitas lágrimas e houve muitas frustrações enquanto tentavam encontrar uma solução.

Depois que a família se mudou para uma nova ala, “um bispo compassivo ouviu nossos pedidos de ajuda”, disse Barlow. O bispo criou um chamado para que uma irmã da ala agisse como um auxílio individual para Wesley. Dessa forma, Barlow poderia finalmente frequentar novamente a Sociedade de Socorro. Ela ficou exultante.

Com o tempo, a igreja se tornou mais do que um edifício; finalmente se tornou uma rede de segurança, um lugar de consolo e aprendizado, um lugar onde não precisamos esconder nossos problemas e dificuldades, mas um local onde podemos compartilhá-los”, disse Barlow.

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Ela poderia relaxar sabendo que não apenas os membros de sua ala a amavam, mas também amavam seu filho e adoravam servi-lo.

“Vi Wesley se tornar não apenas meu filho, mas o filho, irmão e amigo de todos”, disse ela. “Onde quer que ele vá na capela, ele é recebido com amor. Vi seu testemunho puro abençoar inúmeras vidas.”

 
Usar a empatia para servir

Barlow agora serve como especialista em deficiências da ala na Ala Desert Valley, Estaca Desert Ridge, em Mesa, Arizona. Quando começou a servir nesse chamado, Barlow sentiu empatia pelas famílias de sua ala que não podiam frequentar as reuniões por vários motivos, bem como pelas muitas pessoas que iam às reuniões, mas se sentavam sozinhas.

Ela decidiu trabalhar arduamente para edificar uma família da ala, tendo conversas difíceis e ajudando outras pessoas a aprender a lidar com necessidades diferentes.

A ala de Barlow tem atualmente três crianças da Primária, um rapaz e um ex-missionário recém-retornado, todos com autismo. “Como somos abençoados!”, disse Barlow, que viu suas necessidades como uma oportunidade e começou a trabalhar imediatamente.

As pessoas com necessidades sensoriais geralmente acham que as capelas são lugares difíceis de estarem, disse Barlow, por causa das luzes brilhantes, dos corredores ocupados, das capelas lotadas e dos ruídos altos. Trabalhando com a presidente da Primária da ala e um bispado que as apoiava, ela criou uma sala sensorial no edifício da Igreja. Os membros da ala doaram itens para ajudar a criar a sala, e ajudantes individuais foram chamados e treinados para ajudar cada criança. Uma lição especial da Escola Dominical foi preparada para debater as deficiências, explicar a necessidade de acomodações e apresentar a sala sensorial à ala.

“Milagres começaram a acontecer”, disse Barlow. “As famílias de membros fiéis que realmente não conseguiam frequentar a Igreja puderam finalmente vir e ser nutridos junto conosco.”

A sala está disponível não apenas para pessoas com autismo, mas também para qualquer pessoa com doença mental, problemas sensoriais ou necessidade de um espaço calmo, explicou Barlow. O sacramento é abençoado e distribuído dentro da sala para qualquer pessoa que precise recebê-lo lá. Os pais de filhos com necessidades especiais agora podem se beneficiar com a frequência às reuniões do quórum de élderes e da Sociedade de Socorro.

“Um novo senso de propósito e união têm sido sentido por toda a nossa família da ala”, disse Barlow.
 

‘Podemos falar sobre coisas difíceis’

Outra maneira pela qual Barlow ajudou a atender às necessidades específicas de sua ala é criando iniciativas para ajudar os jovens com problemas de saúde mental. Ela enviou uma pesquisa anônima para os rapazes e as moças de sua ala, perguntando sobre suas experiências. Ela então organizou um serão somente para adultos para discutir a saúde mental dos adolescentes, incluindo tópicos como ansiedade, depressão, prevenção ao suicídio, terapia e autossuficiência.

Barlow também criou exercícios de treinamento em que os pais e líderes poderiam praticar debater assuntos difíceis com os jovens. Ela convidou todos a participar de um curso de autossuficiência emocional da estaca.

“Começamos o processo de edificar nossa família da ala procurando dissipar o mal-entendido — eliminando a noção de que há assuntos sobre os quais não podemos falar”, disse Barlow. “Em nossa família da ala, podemos falar sobre coisas difíceis, e nós falamos.”

Sua esperança é que ela possa ajudar a criar uma comunidade de pessoas que possam adorar juntas, trazer seus problemas à mesa e sentir o amor da comunidade sem que ninguém se sinta deixado de lado ou esquecido.

“Frequentar a Igreja tem um significado totalmente diferente para mim agora. Tornou-se um lugar de milagres, de cura, de coligação, de alívio do sofrimento e de erguer a cabeça que pende”, disse Barlow. “Cada um de nós faz parte da história de nosso Pai Celestial e é necessário para a conclusão dela.”

Barlow citou a irmã Sharon Eubank, da presidência geral da Sociedade de Socorro, que ensinou: “Talvez ainda não estejamos onde queremos estar e não estamos agora onde vamos estar. Creio que a mudança que buscamos em nós mesmas e nos grupos a que pertencemos virá menos por ativismo e mais por tentarmos ativamente, todos os dias, compreender umas às outras. Por quê? Porque estamos edificando Sião — um povo de ‘um só coração e uma mente’” (“Pela União de Sentimentos Obtemos Poder com Deus”, Conferência Geral de Outubro de 2020).

Barlow espera que todos os líderes da Igreja realmente ouçam aqueles que estão em sua mordomia para ajudar a atender a suas necessidades individuais.

“Muitos que lutam contra deficiências físicas ou mentais sentem-se mal compreendidos e invisíveis”, disse ela. “Líderes, ouçam seu rebanho. Ouçam aqueles cujas necessidades vocês não entendem. E comecem conversando sobre acomodações.”