Entre os dias 1 a 4 de outubro, representantes do Governo do Estado de São Paulo estiveram em Salt Lake City (Utah - EUA) para conhecer a estrutura e logística do Centro de Distribuição e Ajuda Humanitária de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Último Dias. O objetivo da visita do presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, Filipe Sabará, do Coronel Walter Nyakas Jr., coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo e presidente do Conselho Nacional de Gestores Estaduais de Proteção e Defesa Civil, e do Tenente Coronel Henguel Ricardo Pereira, diretor da Defesa Civil de São Paulo era buscar um modelo e aprendizado a fim de aprimorar as ações humanitárias e de cunho social no Estado.
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Durante a visita na Welfare Square, acompanhada por Scott Cottam, Blaine Farnsworth, Troy Casper e Randy Foote, conheceram Programa de Bem-Estar criado pelo sétimo presidente da Igreja de Jesus Cristo , Heber J. Grant, após a grande depressão nos Estados Unidos, em 1929. Este programa inicialmente visava atender apenas os membros da Igreja que se encontravam em situação de vulnerabilidade. Na década de 1980, as ações do Centro de Ajuda Humanitária foram expandidas para comunidades necessitadas do mundo inteiro.
Um local que chamou a atenção do grupo foi o “Armazém do Bispo”, uma espécie de mercado onde as pessoas podem fazer compras, com uma autorização de um líder eclesiástico da Igreja. A Igreja produz e armazena alimentos que abastecem o local, e quem busca ajuda, além de obter itens alimentícios de qualidade, pode doar horas de trabalho em troca dos alimentos. Neste espaço funciona também a Deseret Industries (DI), loja com roupas, calçados, móveis e outros utensílios domésticos acessível a todos que precisam, com custo baixo. O presidente do Fundo Social disse “toda esta operação é extremamente útil e inspira a fazer mais e melhor com a participação voluntária e com visão de sustentabilidade”.
Ainda no Centro de Ajuda Humanitária, os representantes do governo tiveram contato com outras ações que a Igreja desenvolve ao redor do mundo, como doação de cadeira de rodas e o programa de treinamento em reanimação neonatal. A comitiva também acompanhou o projeto para atender refugiados, que inclui horas diárias de serviço profissionalizante e aulas de idiomas.
A segunda parte da visita foi no Centro de Logística e Distribuição, com cerca de 18 hectares de área construída (180 mil m²), onde estão armazenadas provisões de ajuda humanitária para atender demandas mundiais em casos de emergência, catástrofes naturais, entre outras. Heidi Sano, que é especialista sênior no local, conduziu as apresentações. Em ambos os centros, como prática de quem conhece o lugar, os representantes do governo montaram kits de higiene e limpeza, e de suprimentos, que futuramente serão enviados para onde houver necessidade.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, coronel Nyakas, a expectativa da visita foi superada. “A organização e o sistema implementados pela Igreja serve como referência mundial com relação à parte logística, não só para os membros da igreja, mas para atender a necessidade de outros países. Tudo é feito com excelência. Vamos usar este exemplo para tentar remodelar nosso sistema logístico de apoio em ações humanitárias, tanto na Defesa Civil do Estado como no Fundo Social”. Além disso, o coronel Nyakas mencionou a criação do Centro de Voluntariado em São Paulo com diversas outras organizações, do qual a Igreja faz parte. “Numa eventualidade de uma ação tanto de respostas à emergência, e principalmente nas atividades preventivas sabemos que podemos contar com vocês. Pretendemos fortalecer essa relação para dar o melhor atendimento possível aqui no estado e quiçá, em outros estados também”.
No mesmo dia o grupo visitou uma classe de inglês onde refugiados e imigrantes do Nepal, Congo, Peru, Honduras e Venezuela aprendem o idioma Inglês. Com esforço de quem aprende uma nova língua e cultura, e com o auxílio dos colegas, os estudantes fizeram uma breve apresentação aos visitantes. Para o diretor da Defesa Civil, tenente coronel Henguel, “o trabalho e preocupação com eles é incrível com ensino do inglês por quatro horas e trabalho remunerado por mais quatro. O ciclo é completo, não pelo simples fato de enviar doações, seja roupas, alimentos, mas pelo trabalho de ajuda ao ser humano, que será capacitado durante um tempo, para que depois ele retome sua autossuficiência”, destacou.
Outro compromisso da agenda incluiu a visita ao Centro de História da Família, onde encontraram registros de antepassados com o auxílio de consultores de Genealogia e aprenderam como melhor utilizar os recursos do “Family Search”, para fazer buscas de maneira gratuita.
Em seguida, na Praça do Templo, conheceram o organista do Coro do Tabernáculo, Richard Elliott. Ele explicou sobre a acústica do Tabernáculo, construído há quase dois séculos pelos pioneiros “mórmons”, que chegaram no Vale do Lago Salgado em 1847, fugindo da hostilidade e intolerância religiosa sofrida no Estados Unidos. Elliott fez demonstrações com o órgão, que tem aproximadamente 11.700 tubos, um dos maiores e mais completos instrumentos musicais do mundo.
No término deste dia, ocorreu um jantar com líderes mundiais da Igreja, como élder Marcos Aidukaitis, presidente da Área Brasil e élder Cláudio Costa, que serve como Autoridade Geral no Departamento Missionário em Salt Lake, acompanhado de sua esposa, Margareth Costa. Na conversa Felipe Sabará, Coronel Nyakas e Tenente Coronel Henguel falaram o quanto estavam impressionados com tudo que viram. Mencionaram projetos do governo como “Praça do Cidadania” e do Centro de Acolhimento, ocasião em que Sabará lembrou que tiveram "o apoio de diversas organizações para montar este espaço com o objetivo de atender moradores de rua. Cheguei para os líderes da Igreja e disse, preciso de tantos colchões. Eram centenas, mas vocês atenderam nosso pedido”.
Na oportunidade Elder Costa e Elder Aidukatis falaram de programas para auxiliar os membros a adquirem autossuficiência como o “Pathway, English Conecct”, de estudo do idioma e o Fundo Perpétuo de Educação, para cursos profissionalizantes, com certificado da Universidade de Brigham Young.
Élder Aidukaitis disse: “esta não é uma religião que se perpetua na ignorância dos fiéis e motivamos os membros a não buscarem ajuda do governo. Quando alguém perde o emprego ou está passando por dificuldades, o bispo utiliza das ofertas de jejum, custeados pelos próprios membros que ao viverem este princípio, doam o valor das refeições para este fim, como o “Armazém do Bispo”. Os bispos fazem um plano de autossuficiência com a pessoa e ela pode contribuir também de alguma maneira para ajudar outras pessoas”, explicou. Elder Costa concluiu explicando que “este projeto que chamamos de Armazém do Bispo existe aqui como vocês viram e funciona em todas as capelas da Igreja no mundo”, e através dele, o líder local atende a comunidade da qual ele é responsável espiritual e temporalmente.
Numa outra ocasião, os líderes governamentais visitaram uma classe de português, no Centro de Treinamento Missionário, em Provo — cidade vizinha a Salt Lake, onde jovens com 18 anos se preparam para servir uma missão de tempo integral no Brasil. Coronel Nyakas, tenente coronel Henguel e Filipe Sabará falaram do Estado de São Paulo, de curiosidades a respeito do Brasil e responderam perguntas dos jovens missionários. O encontro os deixou emocionados, e ainda mais animados para seguir adiante com sua meta de ser um missionário da Igreja e levar mensagens edificantes às pessoas. A visita ficou registrada numa foto, tendo como centro a bandeira do Brasil. Outro compromisso da agenda, neste mesmo dia, foi uma reunião com representante da Universidade Brigham Young e da BYU TV, encerrando com uma interação e almoço na companhia de estudantes brasileiros da universidade.
Toda a agenda e “tour” foi organizada e acompanhada por Elder e Sister Burges, que trabalham como voluntários no “Church Hosting”, Departamento que cuida do receptivo de autoridades governamentais, mídia, entre outras organizações. Ao se despedirem, os visitantes receberam materiais informativos, entre outras lembranças deste período. Filipe compartilhou posteriormente: “A qualidade e carinho com os ensinamentos técnicos e conceituais passados por toda a equipe, garantiram um aprendizado único, que com certeza será útil para ser implementados nos atendimentos humanitários em São Paulo”.
Uma princesa refugiada
Durante o almoço realizado na Welfare Square conhecemos a história de Elena Okos, uma princesa tribal congolesa. Sua família vivia no Congo quando o país enfrentou uma guerra. Neste período, para proteger sua família dos ataques, o pai (e rei) levou a esposa até a fronteira com e Sudão e orientou para que ela fugisse. Ele foi morto em combate, mas a mãe de Elena saiu do país, grávida. Elena nunca mais conseguiu voltar para sua comunidade de origem. Como refugiada, agora ela é casada, e mudou-se para Utah. Há três anos, ela encontrou apoio no Cento e reconstrói sua vida ao lado do marido e das filhas fazendo planos de um futuro melhor longe dos conflitos do passado.
Texto: Janete Monteiro Garcia – jornalista voluntária no Departamento de Assuntos Públicos da Área Brasil
Fotos: Nei Garcia e Thiago Quirino – Departamento de Assuntos Públicos da Área Brasil