A jornada de Élder e irmã Gong, do Havaí à Irlanda, no Dia de Descoberta Familiar da RootsTech

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Por Trent Toone, Church News

Com uma brisa havaiana balançando sutilmente árvores e plantas, Élder Gerrit W. Gong, do Quórum dos Doze Apóstolos, visitou o local de nascimento de seu avô pela primeira vez.

“Estamos aqui hoje, na parte norte da grande ilha do Havaí, em Kohala, onde nosso avô, Gong Gong Char, disse que nasceu”, disse Élder Gong no vídeo. “Eu nunca estive aqui. É ótimo estar aqui.”

Os avós da mãe do Apóstolo eram fazendeiros chineses que emigraram para o Havaí como trabalhadores autônomos para trabalharem em canaviais. Os Chars, pais de seu avô materno, vieram em 1888, e os Lius, pais de sua avó materna, imigraram em 1894.

Na maneira tradicional chinesa, eles chamavam seu avô de Gong Gong Char e sua avó de Po Po Char.

Próximo ao canal que irrigava os canaviais, na companhia de sua esposa, a irmã Susan Gong, Élder Gong imaginou seus familiares trabalhando 12 horas por dia, sob o sol quente.

“É extraordinário estar em um local no qual você sabe que seus familiares estiveram”, disse ele.

A visita ao Havaí foi mostrada como parte da apresentação de Élder e da irmã Gong, durante o Dia de Descoberta Familiar da RootsTech no sábado, 4 de março.

O casal Gong discursou após a palestra de destaque da RootsTech, apresentada ator Sean Astin, conhecido por seus papéis em “O Senhor dos Anéis”, “Rudy” e “Os Goonies”. Houve também a presença de convidados especiais e a apresentação de um número musical.

Para a principal apresentação do Dia de Descoberta Familiar, Élder e a irmã Gong foram filmados visitando vários locais no Havaí, onde o líder da Igreja tem raízes e conexões familiares. Em seguida, o casal visitou lugares na Irlanda, onde os antepassados da irmã Gong viveram.

“Falamos sobre nos unirmos à família”, disse Élder Gong. “Há muitas maneiras diferentes de nos unirmos à família, mas uma delas é saber algo sobre seus membros, como onde estiveram e como eram, e ver uma foto e sentir como a vida deles teria sido. De certo modo, é realmente o que faz com que nosso coração se conecte, porque não somos estranhos e não estamos distantes. Estamos próximos. Somos membros da família.”

Descobrindo o Havaí

Após ver os canaviais, Élder e a irmã Gong visitaram os campos de lava, uma área extensa e praticamente plana, onde a lava endureceu e se tornou um terreno rochoso. O avô do Élder Gong tinha 8 anos de idade quando sua família deixou Kohala e atravessou os campos de lava em direção á Kona, uma distância de 80 km.

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“Vocês podem imaginar como seria atravessar este tipo de campo de lava no horário de pico do calor, dia após dia? No entanto, isso faz parte da história. Nunca estivemos aqui antes”, disse Élder Gong. “Por falar em descoberta, por que estamos aqui? Estamos aqui, em parte, porque precisamos sentir o que é estar nos campos de lava e pensar na família trocando uma vida na lavoura, que é muito difícil, por uma experiência nova, a esperança de estabelecer uma loja e um outro tipo de sustento. Isto faz parte da história.”

Ver tais campos fez com que Élder Gong pensasse dos santos dos últimos dias pioneiros.

“O legado pioneiro inclui uma dificuldade física, uma provação e atravessar terrenos difíceis”, disse ele. “Talvez, de certa forma, os campos de lava sejam as planícies para nossa família. Ter essa oportunidade de conectar gerações é realmente muito comovente.”

Há 40 anos, Élder Gong visitou seu tio-avô no Havaí. Seu tio falou então sobre seu bisavô, que trabalhava em turnos de 12 horas em um canavial por US$ 1 por dia em Ewa, uma plantação de cana-de-açúcar, perto de um lago cheio de sapos, bagres chineses e caracóis.

Élder e irmã Gong colocaram flores nos túmulos dos familiares do Apóstolo, o que eles disseram ter sido uma experiência terna. Em seguida, eles visitaram o Bishop Museum em Honolulu, Havaí, para o qual seu avô, que também era fotógrafo, doou 90.000 negativos.

“É algo terno crescermos e termos noção de nossas raízes”, disse Élder Gong.

“Às vezes, pensamos que nossas decisões afetam apenas a nós mesmos. Descobrir nossa família nos lembra do contrário. Estamos mais conectados com nossas gerações do que costumamos pensar. Com frequência, quanto mais aprendemos sobre os tais familiares “distantes”, às vezes em lugares longínquos, com nomes que soam estranhos, mais percebemos que realmente somos amigos e parentes, uma família próxima.”

Descobrindo a Irlanda

Do Havaí, o casal Gong viajou para Dunlady, Dundonald, no condado de Down, na Irlanda do Norte, onde se conectaram com um primo distante, que cria gado em terras que os parentes irlandeses da irmã Gong têm cultivado há pelo menos oito gerações.

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O casal Gong conheceu James Lindsay. Usando o aplicativo Árvore Familiar do FamilySearch, eles descobriram que eram descendentes de um ancestral em comum chamado Samuel Lindsay, que viveu no início do século XVIII. O ramo da família de James Lindsay permaneceu na Irlanda.

Eles encontraram o túmulo de Samuel Lindsay em um antigo cemitério, onde ele está enterrado com seus quatro filhos e outros membros da família. Um dos filhos, William Lindsay, é o tataravô da irmã Gong. Ele morreu em 1840 aos 72 anos de idade. Ela colocou um pequeno buquê de flores ao lado da velha lápide.

Enquanto estava na Irlanda, a irmã Gong também aprendeu mais sobre sua bisavó, Mary Ann Cunningham.

A Grande Fome da Batata na Irlanda, que teve início em 1847, levou seu antepassado Thomas Cunningham, a imigrar para Loughborough, Inglaterra, para encontrar trabalho. Lá, ele se casou com Mary Franks em 1853, e o casal teve dois filhos, um menino e uma menina. Infelizmente, dentro de três anos, seu pequeno filho faleceu, seguido pela morte de Mary em 1858. Mais tarde, Thomas contraiu tuberculose e morreu quando Mary Ann tinha apenas 7 anos de idade. Após alguns anos difíceis, ela encontrou A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e viajou com parentes para o Vale do Lago Salgado em 1873.

O casal Gong visitou a pequena cidade de Athenry, no condado de Galway, na Irlanda, um local no qual recentemente foram encontrados indícios de DNA que sugerem que Thomas talvez tenha morado lá. Brian Maloney, santo dos últimos dias local, mostrou ao casal Gong o local que se acredita ser a fazenda de Cunningham.

Aprender mais sobre seus antepassados e ver onde eles moraram foi uma experiência comovente para a irmã Gong.

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“Obviamente, as pessoas tinham que trabalhar duro, fazer sacrifícios e continuar tentando quando as coisas estavam extremamente difíceis, disse ela. “Essa perspectiva faz com que eu me sinta grata por quem eles são e pelo que me deram, e pelo privilégio e oportunidades que temos. Isso gera um senso de responsabilidade para se ir e fazer o mesmo.”

Uma caminhada pela Ponte Golden Gate

Uma das histórias favoritas de Élder Gong é a de quando seu pai, Walter Gong, aos 14 anos de idade, e seu avô atravessaram a Ponte Golden Gate, na cidade de San Francisco, Califórnia, no dia 27 de maio de 1937, data na qual a estrutura foi inaugurada. Naquele dia, 200.000 pessoas atravessaram a ponte que, na ocasião, era a mais longa do mundo.

“Ainda tento imaginar o que significou, para meu pai e meu avô, compartilhar esse momento da história”, disse Élder Gong. “Talvez o espírito de aventura deles influencie nossa família até hoje.”

Em julho passado, a família Gong comemorou o 100º aniversário desse evento com uma caminhada de 2 km de ida e de volta pela Ponte Golden Gate.

“Acho que meu pai deve ter sorrido ao pensar que cinco gerações da família Gong compartilharam essa experiência: seu pai; ele mesmo; seu filho, eu; minha esposa; seu neto e sua esposa; e seus bisnetos”, disse Élder Gong.

“As tradições de família ajudam a conectar gerações”, disse a irmã Gong. “Desde o início de nosso casamento, tentamos honrar o legado, a cultura, a tradição e as histórias de ambos os lados de nossa família.”

‘Fé de nossos pais’

Élder e a irmã Gong concluíram sua jornada do Dia de Descoberta Familiar no histórico tabernáculo santo dos últimos dias em Honolulu, Havaí, conversando sobre história da família com pessoas de várias idades, origens, países e experiências de vida.

A apresentação terminou com um belo videoclipe, que apresentou a cantora Alex Sharpe, do conjunto irlandês Celtic Woman, cantando o hino “Faith of Our Fathers” [Fé de Nossos Pais] e imagens da Irlanda e do Havaí.

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“O tempo que passamos no Havaí e na Irlanda, fazendo novos amigos, conhecendo familiares, traçando nossa história e criando recordações nos lugares onde nossos antepassados viveram, foi profundamente significativo para nós”, disse a irmã Gong. “Isto nos aproximou daqueles que tornaram nossa vida possível. Há um espírito especial neste empenho.”

“Adoro o fato de que as aventuras de descoberta familiar não têm começo nem fim”, disse Élder Gong. “Estas aventuras continuam em ambas as direções, unindo familiares do passado e do futuro. A experiência vivida e o testemunho de cada pessoa podem enriquecer nossa compreensão do convênio que compartilhamos com aqueles que amamos.”

Élder Gong compartilhou seu testemunho apostólico do Senhor Jesus Cristo e testificou sobre a importância de fazermos e guardarmos convênios, e realizarmos o trabalho do templo e da história da família.

“Que possamos nos tornar um elo forte em nossas gerações”, disse ele. “Que possamos nos conectar com nossos antepassados e abençoar nossas famílias, atuais e futuras, as famílias que temos e as que desejamos. As provações e os feitos de nossos antepassados podem nos abençoar com fé e força hoje. O amor e os sacrifícios de nossos ancestrais podem ampliar nossa perspectiva e gratidão. (...) Esta é a fé de nossos pais, nosso legado de fé a cada passo.”

6 ideias para se continuar a jornada

Após a apresentação, Élder e a irmã Gong convidaram o público on-line e presencial a continuarem prosseguindo na jornada de autodescoberta, onde quer que ela seja.

“Esperamos que vocês tenham tido alguns novos pensamentos ou sentimentos sobre abordagens específicas, direções ou próximos passos, à medida que procuram descobrir seus familiares”, disse Élder Gong.

Eles ofereceram seis ideias para ajudar:

1. Registrem sua própria história.
2. Ajudem a registrar as histórias de entes queridos.
3. Criem ou recriem e transmitam recordações e tradições que tenham significado para a família.
4. Visitem locais que sejam importantes para sua história da família.
5. Carreguem e compartilhem recordações, fotos e outras informações no FamilySearch.org.
6. Levem os membros da família ao Senhor Jesus Cristo, por meio dos convênios na casa do Senhor.

“Sabemos que algo especial acontece conosco e com nossos familiares, quando nos aproximamos de Deus e Jesus Cristo, por meio das ordenanças e dos convênios do templo”, disse Élder Gong. “Não é de admirar que Presidente Russell M. Nelson chame a coligação de Israel, e a união das famílias em ambos os lados do véu, de a maior causa do mundo.”

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